Ter dívidas em atraso é uma realidade que afeta milhões de brasileiros.

No entanto, embora a inadimplência traga preocupações, ela também pode ser resolvida com planejamento e apoio jurídico.

Muitas vezes, é possível negociar os débitos de forma segura por meio de acordos, inclusive com base na lei.

Neste artigo, você vai entender como funcionam os acordos jurídicos, quais são seus direitos como consumidor e como dar os primeiros passos para regularizar sua situação sem correr riscos.

Dívidas em atraso: entenda os riscos de não negociar

Estar com dívidas em atraso pode parecer apenas um problema temporário, mas com o passar do tempo, a situação tende a se agravar.

Isso acontece porque os credores aumentam rapidamente os juros, incluem o nome do devedor em cadastros de inadimplentes como SPC e Serasa, e acionam a Justiça para cobrar os valores judicialmente.

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Além disso, manter dívidas sem solução pode dificultar o acesso a crédito, financiamentos, aluguel de imóveis e até oportunidades de emprego.

Dessa forma, mesmo que o valor pareça pequeno inicialmente, ignorar o débito pode gerar consequências maiores e mais caras no futuro.

Dívidas
Foto: Acordo Certo/Reprodução

Por outro lado, quando o consumidor decide agir, ele pode encontrar caminhos legais que facilitam a quitação da dívida.

Entre eles, estão os acordos jurídicos, que permitem negociar diretamente com o credor, com prazos, descontos ou condições ajustadas à realidade do devedor.

Como funcionam os acordos jurídicos para negociar dívidas

Negociar dívidas de forma segura e transparente é possível por meio de acordos jurídicos.

Eles podem ocorrer de duas formas principais: judicial ou extrajudicial. Ambos são válidos e reconhecidos legalmente, mas cada um tem características próprias.

Acordo extrajudicial

Essa é a forma mais simples e comum de renegociação. Ele ocorre fora do ambiente da Justiça, diretamente entre o devedor e o credor, com ou sem a presença de um advogado, ou intermediador.

As partes registram o acordo por escrito e devem incluir informações claras sobre valores, prazos, forma de pagamento e possíveis consequências em caso de inadimplência.

Muitas empresas oferecem esse tipo de acordo em plataformas digitais, como Serasa Limpa Nome, Acordo Certo e os canais próprios dos credores. Além disso, o Procon pode atuar como mediador quando há conflito ou desconfiança sobre os termos da proposta.

Acordo judicial

Nesse caso, as partes já levaram o processo à Justiça, ou darão entrada nele para formalizar o acordo com maior segurança jurídica. O juiz homologa o acordo, que então passa a ter força de decisão judicial.

Isso significa que, se uma das partes descumprir o que combinaram, a outra parte pode acionar a Justiça e exigir o cumprimento por meio de execução judicial.

Esse tipo de acordo é mais comum quando a dívida já gerou uma ação ou quando envolve valores mais altos e riscos maiores. Também é uma boa alternativa para quem deseja formalizar um parcelamento ou garantir que os termos sejam respeitados até o fim.

Direitos do consumidor: o que você precisa saber antes de negociar

Antes de aceitar qualquer proposta, é fundamental conhecer seus direitos como consumidor.

Isso evita abusos, promessas enganosas e acordos que, em vez de resolver, podem piorar a situação financeira.

Prazo de cobrança e prescrição

Segundo o Código Civil, o credor só pode cobrar judicialmente uma dívida por até cinco anos. Após esse prazo, ela não desaparece, mas o consumidor não pode mais ser processado por ela.

Ainda assim, o nome pode permanecer negativado por até cinco anos, contado a partir da data do vencimento da dívida.

Por isso, é essencial verificar há quanto tempo a dívida está em aberto antes de fazer qualquer pagamento. Dívidas muito antigas, já prescritas, não devem ser cobradas de forma judicial e podem ser questionadas legalmente.

Cobrança abusiva é proibida

O Código de Defesa do Consumidor proíbe práticas como ameaças, ligações em horários indevidos ou envio de mensagens constrangedoras.

Caso sofra pressão indevida, pode registrar reclamação no Procon ou buscar orientação jurídica.

O valor precisa ser claro e detalhado

O credor deve especificar, em toda proposta de acordo, o valor total da dívida, os encargos incluídos (como juros, multa e correção) e o valor real a ser pago.

Isso evita surpresas desagradáveis e garante que o consumidor saiba exatamente quanto está comprometendo do seu orçamento.

Caminhos para negociar com segurança e limpar seu nome

Negociar dívidas com segurança exige planejamento, cuidado com os termos e escolha de canais confiáveis.

Felizmente, existem diversos caminhos para iniciar esse processo de forma protegida e eficaz.

1. Use plataformas oficiais de renegociação

Sites como Serasa Limpa Nome, Acordo Certo e Reclame Aqui Dívidas permitem que o consumidor acesse ofertas de negociação diretamente com os credores.

Muitas vezes, os descontos são maiores do que os oferecidos por telefone ou loja física, e a resposta costuma ser imediata.

2. Procure o credor diretamente

Se preferir, você pode entrar em contato com o banco, empresa ou instituição e solicitar uma proposta de acordo.

Muitas empresas estão dispostas a renegociar, principalmente se o consumidor demonstrar interesse em quitar o débito. Nesse caso, é importante pedir tudo por escrito.

3. Utilize o Procon ou Defensoria Pública

Caso enfrente dificuldades, seja com a empresa ou com a proposta, você pode buscar orientação no Procon do seu estado ou na Defensoria Pública.

Esses órgãos podem intermediar a negociação ou oferecer apoio jurídico gratuito para garantir que seus direitos sejam respeitados.

4. Verifique sua real capacidade de pagamento

Antes de fechar o acordo, faça um planejamento financeiro. Calcule quanto você pode pagar por mês sem comprometer suas despesas básicas.

Um bom acordo deve caber no seu orçamento, caso contrário, você pode se endividar novamente e perder as condições negociadas.

5. Guarde toda a documentação

Após formalizar o acordo, guarde todos os comprovantes, inclusive os termos assinados, os boletos pagos e os registros de negociação.

Essa documentação será útil caso surja algum problema no futuro, como a permanência do nome no cadastro de inadimplentes mesmo após o pagamento.

Negociar dívidas com segurança é possível, e começa com informação confiável

Negociar dívidas pode parecer uma tarefa difícil, mas com informação e atitude, é totalmente possível recuperar sua tranquilidade financeira.

Saber quais são seus direitos, entender como funcionam os acordos jurídicos e escolher canais seguros são passos fundamentais para sair da inadimplência sem cair em armadilhas.

Lembre-se de que há recursos disponíveis para quem está endividado, inclusive apoio gratuito por parte do Procon e da Defensoria Pública.

Além disso, ao assumir o controle da sua situação e agir com responsabilidade, você não apenas limpa seu nome, mas também reconstrói sua credibilidade e abre novas oportunidades para o futuro.

Por isso, o momento ideal para começar a resolver suas dívidas é agora, com clareza, segurança e orientação certa ao seu lado.

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